sábado, 26 de julho de 2014

Haja Feijão


Haja Feijão

Autor: Carlos Delano Rebouças

Ontem ouvi de um grande amigo que hoje iria a uma "feijoada" de um candidato a político. Começa a temporada de caça a eleitores.

O feijão é um grão muito popular e consumido no Brasil, presente na mesa de todo o brasileiro ou deveria ser, caso grande parte da população brasileira não se encontrasse na miséria, passando necessidades, sem uma alimentação adequada e completa. Sem o seu feijão no dia a dia.

Os políticos sabem que a nossa tradição é combinar o feijão com arroz, e quando este feijão é preto e bem temperado, nasce uma feijoada, completa de ingredientes que agradam a todo brasileiro. É um prato a cara do brasileiro, que combina raças e cores. Uma mistura que na prática combina com o discurso dos políticos, cheios de ingredientes que acreditam agradar a seus eleitores, famintos de mudanças.

Cria-se uma expectativa tremenda pelos eleitores; não a de conhecer, de saber as propostas do candidato que ainda não pode ser o seu ou já se tornou, a partir de tantas outras feijoadas realizadas, em tantas campanhas passadas, e sim, de saber se vai estar gostosa e se vai ser suficiente para todo mundo. Mas os políticos não se preocupam muito com isso, pois sabem que qualquer coisa agrada aos eleitores e tendo uma bebidinha acompanhando, a festa está feita.

Mas a festa de verdade quem faz são os candidatos quando se elegem. Esta festa não é feita a base de feijoada, com pé de porco, orelha, linguiça, charque, bacon e folha de louro; e sim, uma comemoração a base de muita bebida destilada, guloseimas que não costumam frequentar o prato do humilde brasileiro, a um preço que desconhecem as cifras, mas que é pago, muitas vezes, com recursos públicos.

E quem é que está preocupado com essa conta? O povo quer comer, beber e se divertir, e o candidato sabe bem disso. Empurra feijoada neles!


“Você tem fome de que? Você tem sede de que?”

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