domingo, 5 de outubro de 2014

ALBERTO NEPOMUCENO: REPRSENTANTE DA LITERATURA CEARENSE


Alberto Nepomuceno nasceu em em julho de 1864, na cidade de Fortaleza, mais precisamente na antiga Rua Amélia (Atual Rua Senador Pompeu). Era filho de Victor Augusto Nepomuceno, músico professor de violino e organista da antiga catedral. Desde cedo, Victor ensinou música a Alberto, que logo mostrou seu talento. Aos 8 anos, mudou-se para Recife com a família. Ficou órfão aos 16 anos, tendo que trabalhar numa tipografia e dar aulas de piano para sustentar a família - sem nunca abandonar os estudos musicais. Aos 20 anos, regressou a Fortaleza, onde se filiou ao grupo abolicionista Centro 25 de Dezembro através de suas ligações com João Brígido e João Cordeiro. Nesse tempo, Alberto já tinha planos de ir para a Europa aperfeiçoar sua formação musical, mas as suas atividades abolicionistas fizeram com que o Governo Imperial negasse uma ajuda de custo. No ano seguinte mudou-se sem a família para o Rio de Janeiro. Lá, fez inúmeras apresentações, entrou em contato com vários artistas e foi nomeado professor de piano do Clube Beethoven. Seu interesse pela literatura brasileira fez com que se aproximasse de escritores como Olavo Bilac, Aluísio de Azevedo e Machado de Assis - contato salutar que fortaleceu seu interesse pela valorização da língua portuguesa na música. Em 1888 Alberto termina uma turnê nordestina, com a qual finalmente arrecadou fundos para sua viagem à Europa. Morou em várias capitais européias. Casou com uma alemã, com quem teve 4 filhos, conheceu vários compositores famosos da época, regeu várias peças e fez grande sucesso com seu trabalho. Alberto tornou-se um dos mais ousados músicos da historiografia brasileira. Defendia o estudo do folclore brasileiro como meio de conhecer nossas raízes musicais e fundar nossa própria escola musical. Incorporou com grande estilo a tradição popular à musica erudita e divulgou o trabalho de compositores brasileiros na Europa. Retornou ao Brasil em 1895. No Rio de Janeiro, apresentou suas primeiras canções escritas em português. Fez vários concertos, dirigiu o Instituto Nacional de Música (1902-1903) e compôs o hino do Ceará. Foi um grande incentivador de Heitor Villa-Lobos, cuja obra deu continuidade ao seu pioneirismo. Em 1919 compôs sua última peça, para piano e voz, com versos de Juvenal Galeno. Faleceu em 23 de setembro de 1920.

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