sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

REVELANDO SENTIMENTOS COM A DOR


REVELANDO SENTIMENTOS COM A DOR

Por Carlos Delano Rebouças

Depois de assistir ao programa Conexão Repórter, do SBT, sob a produção e apresentação do competente jornalista Roberto Cabrini, de cujo tema, Fronteiras da Vida, fez uma sublime abordagem sobre o amor e a dedicação dada por familiares de uma jovem acometida de um acidente vascular cerebral, pude ter a certeza que a humanidade ainda pode demonstrar toda a sua essência de amor, carinho e atenção ao semelhante.

Primeiramente, vamos fazer uma rápida apresentação do enredo do programa, a fim de facilitar a compreensão do leitor que não assistiu ao programa. A matéria abordou o drama de um jovem casal, apaixonados, que se conheceram diante de uma situação inusitada, casaram-se, planejaram uma vida a dois, filhos, e, na gestação do primeiro, e, até, então único filho, a esposa teve um AVC de graves consequências, que a deixou aparentemente inconsciente, sem movimentos, sob a inteira dependência do esposo e familiares.

Pode parecer somente mais um caso dramático de qualquer cidadão do Brasil e até do planeta, que leva-nos a refletir, por mais insanos que sejamos, sobre nossas atitudes, porém, muitas particularidades nos remetem a uma avaliação mais profunda, como também, sobre o verdadeiro sentimento de amor ao próximo.

Confirma-se uma inquestionável relação de amor entre duas pessoas que parecem ter nascidos um para o outro. O marido cuida com todo o zelo, da esposa, como também, do filho, que nasceu de forma prematura, diante da doença da mãe, que escapou por muito pouco. Diariamente, desdobra-se numa jornada que inclui sua atividade profissional, atenção ao filho e, especialmente, à sua esposa, numa demonstração sincera e verdadeira, do imensurável amor que sente por ela.

Outra coisa que chamou muita atenção, além do amor incondicional transmitido pelo marido, e seu admirável controle emocional, até mesmo porque não pode esmorecer diante da responsabilidade de cuidar de seu filho, é o otimismo que existe neles, isso mesmo, porque incluímos toda a sua família e principalmente, a sua sogra, mãe da jovem. Até parece que significa algo bastante contagiante, que faz com que ninguém pense que a sua total recuperação não vá acontecer em breve.

O jornalista Roberto Cabrini, viajado, com toda a sua experiência, toda a sua maturidade em lidar sobre diversas questões, principalmente aquelas que envolvem violência, em toda a sua longa carreira profissional, não foi forte o suficiente para não se render a dor vivida por aquela família e por aquela fortaleza de homem, marido, pai e companheiro. O semblante do magnífico Roberto Cabrini disse realmente o que sentia enquanto fazia a entrevista.

Mas será que a atitude desse jovem rapaz, - esposo amoroso e sensível; pai carinhoso e humano; sonhador, otimista e perseverante - foi revelada somente diante da dor e do sofrimento vivido, que exige toda a sua responsabilidade perante uma situação nada agradável?

Certamente que não; que a postura deste jovem não foi revelada ante a doença da esposa amada. Sem dúvida alguma, percebe-se toda a ternura de um ser que entende que somente pelo amor e pela solidariedade nutrida em um coração puro de sentimentos, pode se conseguir o que se deseja, como recompensa, de Deus, numa visão otimista da vida. 

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