Nascido em Coimbra (Portugal), em agosto de 1481, Francisco de Sá de Miranda é considerado um dos mais tradicionais poetas de Portugal. Filho de Inês de Melo e Gonçalo Mendes, ele viveu em S. Salvador do Campo, freguesia portuguesa de Barcelos, e em Coimbra. Os primeiros anos da biografia de Sá de Miranda são uma incógnita para os historiadores. A primeira fase de sua vida, que vai desde o nascimento até a chegada à Universidade de Lisboa, são apenas hipóteses de alguns estudiosos.
Sá de Miranda retorna ao seu país de origem no ano de 1527. Na bagagem, trouxe para a cultura lusa as experiências que viveu com os artistas e escritores italianos, que seriam uma influência marcante em sua obra. Apresentou ao meio literário português uma nova estética que tinha elementos como o soneto, a sextina, a canção, os tercetos, as oitavas e os versos com dez sílabas. Pode-se dizer que ele iniciou o Renascimento em Portugal, pois foi o pioneiro a utilizar as formas clássicas.
Além da poesia, Sá de Miranda escrevia peças de teatro, uma das mais conhecidas de sua obra é Cleópatra, uma tragédia. Outras contribuições do poeta foram algumas cartas em verso e comédias, das quais se destacam “Estrangeiros” e “Vilhalpandos”. No campo teatral, ele também é considerado como o primeiro a introduzir a maneira clássica de representação.
Sá de Miranda morreu em 1558, em Amares, local onde havia se estabelecido com sua esposa por não suportar viver na Corte.
CANTIGA SUA
Comigo me desavim,
Sou posto em todo perigo,
Não posso viver comigo
Nem posso fugir de mim.
Com dor da gente fugia
Antes que esta assim crescesse,
Agora já fugiria
De mim, se de mim pudesse.
Que meio espero ou que fim
Do vão trabalho que sigo,
Pois que trago a mim comigo
Tamanho inimigo de mim?
Comigo me desavim,
Sou posto em todo perigo,
Não posso viver comigo
Nem posso fugir de mim.
Com dor da gente fugia
Antes que esta assim crescesse,
Agora já fugiria
De mim, se de mim pudesse.
Que meio espero ou que fim
Do vão trabalho que sigo,
Pois que trago a mim comigo
Tamanho inimigo de mim?
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