domingo, 22 de março de 2015

A VIDA E SUA LÍNGUA PORTUGUESA


Autor Carlos Delano Rebouças

Ter o completo conhecimento sobre a língua portuguesa, sobre as sua classes gramaticais, sobre a sintaxe, ou numa abrangência maior, sobre a semântica, não é comum a todo brasileiro, infelizmente. São tantos os fatores e circunstâncias que corroboram para esse retrocesso, alheios às necessidades e interesses do dia a dia, por um mundo melhor.

Declinar verbos em todas as suas conjugações e tempos, e fazer as corretas concordâncias, estão entre os mais perceptíveis e comuns erros praticados no cotidiano das pessoas, nas comunicações estabelecidas, nos diálogos comuns, formais ou não, que permitem tirar as mais variadas conclusões.

Conjugar um verbo no seu passado, seja no pretérito do perfeito ou do imperfeito, requer uma compreensão sobre o seu emprego, ou seja, se pode ou não representar uma ação ou estado de um passado que pode ou não voltar a acontecer. São duas conjugações que acontecem na vida de todos nós, que muitas vezes, significa um fim, ou a oportunidade de fazer novamente, de uma outra maneira. Pena que nem tudo em nossas vidas acontecem no pretérito imperfeito.

Mas nem sempre temos a chance de refazer o que foi feito de errado; de reviver momentos, a fim de reverter situações; ou de repensar nossas atitudes, construídas sob o alicerce da imaturidade, que o fator tempo não permitiu escolher o pretérito ideal. Acaba restando um passado perfeito, de uma contraditória imperfeição, que não permite uma segunda chance, aquela que por vezes sonhamos na vida.

Quantas vezes somos inflexíveis consigo mesmo? Quantas vezes somos irregulares nas nossas atitudes? Às vezes, precisamos tanto que nos auxiliem na nossa vida, seja para uma ação ou uma ligação com uma nova realidade, daquelas que o futuro pode ser mais que do presente, desde que se apresentem todas as pessoas, em bom número, num grau absoluto, em todas as conjugações, tempos e modos.

De fato, desejamos conjugar todos os verbos de nossas vidas, sobretudo, com suas idas e vindas do tempo, de forma marcante, mesmo que a incerteza do subjuntivo, com sua imperfeição, queira mostrar o contrário.

 Nem sempre somos defectivos nas nossas vidas, ou seja, não conjugamos por completo os verbos, que esclarecem a nossa pessoa. Tornamo-nos impessoais, redundando num sujeito inexistente ou inexpressivo, de poucos predicativos e até duvidosos. Todavia, o desejo de ser o senhor das ações, como os verbos pessoais, é algo alcançável por qualquer um que objetiva ser o agente da passiva.

Sejamos homens de muitos verbos; de muitas conjugações; atemporais; flexíveis; e regulares...; em todos os modos; na voz ativa e passiva; e sem maldades e preconceitos nas suas interpretações. Sejamos sujeitos determinados; de muitos predicados e com capacidade de estabelecer uma vida com período longo. E caso não seja possível, que seja pelo menos de atitudes coerentes, numa pequena frase que represente a verdade de nossas vidas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário