terça-feira, 10 de março de 2015

ALAGAMENTOS DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA


ALAGAMENTOS DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA

Por Carlos Delano Rebouças

Ligamos a TV e vejo mais uma matéria sobre fortes chuvas, aquelas cada vez mais raras, que caem num determinado lugar, alagando, inundando casas, tirando moradores de sua rotina normal, crianças de escolas, paralisando atendimento em hospitais, transito de barcos e balsas em vez de carros, e muito mais. Como trazem transtornos e o homem continua se postando como ator principal dessas cenas de horror.

Em meio a tanta água, carros encobertos, tampas de esgotos arrancadas pela força de uma correnteza, lá se vão o lixo produzido e descartado por todos nós. Um verdadeiro redemoinho de itens descartáveis, aliás, mal descartáveis, de qualquer forma, jeito, pela nossa falta de educação ou má educação.

Como é triste ver o homem sofrer com as consequências de suas próprias atitudes; como é duro ver o homem somente se lamentar e esperar que o tempo mude e que as chuvas cessem e que o nível das águas baixe. O homem deveria, na verdade, mudar suas atitudes e compreender que colhemos tudo que plantamos, e que esta colheita é inevitável e envolve toda a sociedade.

Agora, mais uma vez, são os acreanos, sofrendo com a subida do nível dos rios e alagamentos. Mas quantas vezes vimos acontecer em tantas outras partes do Brasil? Até, podem acreditar, em cidades nordestinas, que historicamente sofrem com a estiagem.

Andamos pelas cidades e somos testemunhas de nossos atos. Quanto lixo jogado nas vias públicas, em praças públicas, sem seleção alguma, e quando caem as chuvas, levam e arrastam tudo para as galerias, entupindo-as, fazendo com que se torne uma grande piscina de lixo, elevando o risco já existente de doenças, acidentes, confirmando uma situação já calamitosa, em que aparece a educação como combustível principal.

Aí vem alguém e põe a culpa no gestor público ou em toda a gestão, e não lhe tiramos a razão, até mesmo porque são eles, escolhidos, que nos representam publicamente. Somos todos nós que descartamos lixos de qualquer jeito e não contribuímos para manter a cidade limpa,  todavia, são os políticos que pecam em não oferecer uma melhor educação para o povo, incluindo a ambiental, a fim de se evitar transtornos como o que corriqueiramente vimos e nos envolvemos.

Mas vamos parar de apontar erros, de encontrar culpados, pois na verdade somos todos nós.

Só sei que cansei de ver garrafas plásticas, copos descartáveis, tampa de bebidas, sacolas plásticas, pneus, vidros e até móveis descartados de qualquer forma nas ruas, rios e áreas verdes. Essa não é a maneira mais sensata de zelar pelo meio ambiente.

Na verdade, a natureza dá sua resposta, mesmo que não seja aquela que esperamos. Chuvas caem desordenadamente; frio se faz quando deveria fazer calor e vice-versa; espécies deixam de existir, e águas sobem em seus níveis, sendo ou não com a nossa assinatura de responsáveis, infelizmente.

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