ALAGAMENTOS DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA
Por Carlos Delano Rebouças
Ligamos
a TV e vejo mais uma matéria sobre fortes chuvas, aquelas cada vez mais raras,
que caem num determinado lugar, alagando, inundando casas, tirando moradores de
sua rotina normal, crianças de escolas, paralisando atendimento em hospitais,
transito de barcos e balsas em vez de carros, e muito mais. Como trazem
transtornos e o homem continua se postando como ator principal dessas cenas de
horror.
Em
meio a tanta água, carros encobertos, tampas de esgotos arrancadas pela força
de uma correnteza, lá se vão o lixo produzido e descartado por todos nós. Um
verdadeiro redemoinho de itens descartáveis, aliás, mal descartáveis, de
qualquer forma, jeito, pela nossa falta de educação ou má educação.
Como
é triste ver o homem sofrer com as consequências de suas próprias atitudes;
como é duro ver o homem somente se lamentar e esperar que o tempo mude e que as
chuvas cessem e que o nível das águas baixe. O homem deveria, na verdade, mudar
suas atitudes e compreender que colhemos tudo que plantamos, e que esta
colheita é inevitável e envolve toda a sociedade.
Agora,
mais uma vez, são os acreanos, sofrendo com a subida do nível dos rios e
alagamentos. Mas quantas vezes vimos acontecer em tantas outras partes do
Brasil? Até, podem acreditar, em cidades nordestinas, que historicamente sofrem
com a estiagem.
Andamos
pelas cidades e somos testemunhas de nossos atos. Quanto lixo jogado nas vias
públicas, em praças públicas, sem seleção alguma, e quando caem as chuvas,
levam e arrastam tudo para as galerias, entupindo-as, fazendo com que se torne
uma grande piscina de lixo, elevando o risco já existente de doenças,
acidentes, confirmando uma situação já calamitosa, em que aparece a educação
como combustível principal.
Aí
vem alguém e põe a culpa no gestor público ou em toda a gestão, e não lhe
tiramos a razão, até mesmo porque são eles, escolhidos, que nos representam
publicamente. Somos todos nós que descartamos lixos de qualquer jeito e não
contribuímos para manter a cidade limpa,
todavia, são os políticos que pecam em não oferecer uma melhor educação
para o povo, incluindo a ambiental, a fim de se evitar transtornos como o que
corriqueiramente vimos e nos envolvemos.
Mas
vamos parar de apontar erros, de encontrar culpados, pois na verdade somos
todos nós.
Só
sei que cansei de ver garrafas plásticas, copos descartáveis, tampa de bebidas,
sacolas plásticas, pneus, vidros e até móveis descartados de qualquer forma nas
ruas, rios e áreas verdes. Essa não é a maneira mais sensata de zelar pelo meio
ambiente.
Na
verdade, a natureza dá sua resposta, mesmo que não seja aquela que esperamos.
Chuvas caem desordenadamente; frio se faz quando deveria fazer calor e
vice-versa; espécies deixam de existir, e águas sobem em seus níveis, sendo ou
não com a nossa assinatura de responsáveis, infelizmente.
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