MEU NARIZ
Por Carlos Delano
Rebouças
De repente parei para pensar sobre o nariz, esta
parte do nosso corpo que entra em cena em tatas situações.
Um pouco abaixo dos olhos, bem entre os dois, e
acima da boca, essa parte do corpo da gente, pequena em alguns, mas imenso em
outros, como no Juca Chaves, o nariz sempre aparece nas mais diversas frases
que usamos no dia a dia, para as mais diversas aplicações.
Canal do sentido olfato, as duas narinas, com
pelos internos que servem como filtros, permitem-nos cheirar, sentir e perceber
que alguma coisa pode não cheirar bem. Às vezes, a frase “Isso não me cheira
bem” significa uma percepção por algum outro sentido ou até mesmo, pela
intuição.
Assim sendo, logo precisamos que a sabedoria diz
que não devemos por nosso nariz em qualquer lugar, mesmo que pareça seguro.
Quando criança, quando fazia alguma danação, o
todo era representado pela parte quando ouvia de minha mãe: “Nem pense em
colocar seu nariz fora de casa, que entra na peia”. Para bom entendedor...
Mas quantas coisas acontecem quando menos
esperamos, não é verdade, bem debaixo dos nossos narizes?
Mas preciso voltar para os ensinamentos dos meus
pais, especialmente da minha querida mãe, que com suas frases inesquecíveis,
fez-me crescer e evoluir como homem.
Nascemos e passamos a conhecer nosso corpo. Cada
parte dele, toda a sua anatomia, com descobertas e adaptações, caso
necessárias. Porém, não entendia, logo no princípio, que ouvia de Dona
Ivanilde, minha mãe: “Você pensa que é dono de seu nariz”?
Antes que continuasse com o período, tornando-o
composto, pegava no meu nariz, via-o colado ao meu corpo como parte natural e
integrante, e respondia a mim mesmo: “Eu sei que ele me pertence; isso não é
verdade”.
Mas vinha a continuação e diz, completamente, com
todas as palavras e em bom tom: “Você pensa que é dono de seu nariz? Aqui quem
manda é sua mãe, e tire os cabelinhos da venta.” Detalhe: Venta é nariz, para
quem não conhece.
Mensagem entendida. Ordem cumprida.
Hoje nem sei se sou ainda dono de meu nariz,
mesmo com mais de 40 anos. Nem sei se devo por meu nariz em qualquer lugar ou
situação, ou se é prudente colocar o nariz fora de casa. Sei somente que ainda respiro, que sinto, e
que às vezes espirro, e quem sabe, zelo pelo meu nariz, que serve tanto para
ilustrar as tantas situações de nossas vidas.
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