segunda-feira, 9 de março de 2015

MEU NARIZ


MEU NARIZ

Por Carlos Delano Rebouças

De repente parei para pensar sobre o nariz, esta parte do nosso corpo que entra em cena em tatas situações.

Um pouco abaixo dos olhos, bem entre os dois, e acima da boca, essa parte do corpo da gente, pequena em alguns, mas imenso em outros, como no Juca Chaves, o nariz sempre aparece nas mais diversas frases que usamos no dia a dia, para as mais diversas aplicações.

Canal do sentido olfato, as duas narinas, com pelos internos que servem como filtros, permitem-nos cheirar, sentir e perceber que alguma coisa pode não cheirar bem. Às vezes, a frase “Isso não me cheira bem” significa uma percepção por algum outro sentido ou até mesmo, pela intuição.

Assim sendo, logo precisamos que a sabedoria diz que não devemos por nosso nariz em qualquer lugar, mesmo que pareça seguro.

Quando criança, quando fazia alguma danação, o todo era representado pela parte quando ouvia de minha mãe: “Nem pense em colocar seu nariz fora de casa, que entra na peia”. Para bom entendedor...

Mas quantas coisas acontecem quando menos esperamos, não é verdade, bem debaixo dos nossos narizes?

Mas preciso voltar para os ensinamentos dos meus pais, especialmente da minha querida mãe, que com suas frases inesquecíveis, fez-me crescer e evoluir como homem.

Nascemos e passamos a conhecer nosso corpo. Cada parte dele, toda a sua anatomia, com descobertas e adaptações, caso necessárias. Porém, não entendia, logo no princípio, que ouvia de Dona Ivanilde, minha mãe: “Você pensa que é dono de seu nariz”?

Antes que continuasse com o período, tornando-o composto, pegava no meu nariz, via-o colado ao meu corpo como parte natural e integrante, e respondia a mim mesmo: “Eu sei que ele me pertence; isso não é verdade”.

Mas vinha a continuação e diz, completamente, com todas as palavras e em bom tom: “Você pensa que é dono de seu nariz? Aqui quem manda é sua mãe, e tire os cabelinhos da venta.” Detalhe: Venta é nariz, para quem não conhece.

Mensagem entendida. Ordem cumprida.

Hoje nem sei se sou ainda dono de meu nariz, mesmo com mais de 40 anos. Nem sei se devo por meu nariz em qualquer lugar ou situação, ou se é prudente colocar o nariz fora de casa.  Sei somente que ainda respiro, que sinto, e que às vezes espirro, e quem sabe, zelo pelo meu nariz, que serve tanto para ilustrar as tantas situações de nossas vidas.

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