domingo, 22 de março de 2015

TEMOS TANTOS EXPERIENTES NO MERCADO BRASILEIRO?



Autor: Professor Carlos Delano Rebouças

Sempre quando visualizamos uma oportunidade de emprego no mercado, uma dos fatores que continuam a chamar a atenção é a experiência exigida na candidatura à função. Isso é fato.

Dentre exigências estabelecidas, como nível de instrução, que hoje é fundamental, até mesmo pela facilidade encontrada para a sua aquisição, são prioridades num processo seletivo possuir cursos, treinamentos, capacitações e, principalmente, experiência. Este último, visto como a maior barreira enfrentada pelos iniciantes e por aqueles que desejam se enveredar em outras atividades profissionais.

Muitos bons profissionais passam um bom tempo, ou mesmo, toda a sua vida profissional, no exercício de um ofício, que outrora, via como aquele identificado sendo a sua “praia”, mas que, chegando um momento, novo, de descoberta de novas oportunidades, novos horizontes, sem hesitar, diz: “Vou mudar de profissão e seguir esta nova, que me parece mais atraente e confortável. Vou batalhar por ela e me tornar um grande profissional”.

Admirável, sempre, o homem busca mudar, transformar a sua vida, mudar de profissão, com otimismo, perseverança, sem em nenhum momento deixar de acreditar em seus sonhos, contudo, não pode esquecer que obstáculos existem e surgem, nem sempre inesperados, mas, variados, “puxados” na maioria das vezes pela falta de experiência.

A falta de experiência parece impiedosa e incompreensiva, quando desconsidera toda uma vivência profissional existente, distante e diferente da realidade desejada. Para ela, de nada importa, infelizmente, possuir cursos, treinamentos e capacitações relacionadas ao novo ofício. Até parece injusta, imagine, para aqueles que estão iniciando a sua trajetória profissional. Aí é que se torna revoltante.

Mas como mudar esse quadro? Como fazer entender que para tudo deve ter um começo, e com ele, se adquire a bendita experiência? Será que o mercado precisa ser mais paciente? Falta preparo ou sobram profissionais experientes, que levam as empresas a postarem-se dessa forma, fazendo estas exigências?

 Ufa! Quantos questionamentos sedentos de respostas, mas que na verdade, há tempos, não surgem. Na realidade, o mercado brasileiro com toda a sua exigência passa por um momento muito preocupante em encontrar determinados profissionais, com determinadas formações e experiências. Chega a importar de outros mercados, que não significa um bom negócio, por se tornar caro, sobretudo, acarretando em outros problemas, como de relacionamentos, culturais e sociais. Têm empresas no Brasil que estão funcionando com uma produção abaixo do planejado por falta de mão-de-obra especializada, e não abdica da política de contratação de profissionais somente com uma considerável experiência, a dar oportunidades a iniciantes.

Sei que podem achar tratar de um discurso construído sob a óptica de um trabalhador, revoltado pela falta de oportunidades e pelas exigências impostas, ou até, sem consistência ou desconhecimento de mercado e de gestão administrativa, porém, na verdade, não representa ser. Trata-se de uma opinião construída por um profissional vivido, que teve muitas portas fechadas na sua cara, diante de inúmeros pedidos, mas que jamais lhe causaram revolta, muito pelo contrário, servindo somente de estímulo, combustível, para uma dedicação profunda e integral à educação profissional, à educação como um todo, e sociedade, no desenvolvimento de diversos instrumentos de ajuda ao próximo. 

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