sexta-feira, 10 de abril de 2015

A COLHER E O OCEANO


Conta-se que um dia, Aristóteles caminhava pela praia, perto do mar, quando viu um homem trazendo água do mar numa colher e jogando-a num pequeno buraco que havia cavado na areia. Aristóteles estava às voltas com seus próprios problemas. Não deu muita importância ao fato – uma vez, duas, chegou mais perto e ficou olhando para o homem, mas este estava tão absorto que Aristóteles ficou curioso: “O que está fazendo?” Era difícil de acreditar; o homem estava completamente absorto. Ia até o mar, enchia a colher, trazia água, colocava-a no buraco, voltava para o mar…

Por fim, Aristóteles disse: “Espere! Não quero perturbá-lo, mas o que você está fazendo? Está me deixando tremendamente curioso.”
O homem disse: “Vou colocar todo o oceano neste buraco.”
Aristóteles riu. Disse: “Você é um tolo! Isso não vai acontecer. Você é simplesmente louco e está perdendo sua vida! Olhe a vastidão do oceano e a pequenez do seu buraco – e com uma colherzinha você pretende trazer o oceano para este buraco? Está simplesmente louco! Vá para casa e descanse um pouco.”
O homem riu ainda mais alto que Aristóteles e disse: “Sim, irei, pois meu trabalho está feito”.
Aristóteles disse: “O que você quer dizer com isso?”
Ele respondeu: “O mesmo que você – só que sua tolice é ainda maior. Olhe para sua cabeça: ela é menor que o meu buraco. E olhe para o Divino, para a Existência: é muito mais vasta do que o oceano. E sua lógica, será que é maior que minha colher?”
E o homem se foi, às gargalhadas.

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