quarta-feira, 8 de abril de 2015

O OBSTÁCULO NÃO É A MONTANHA


Por Carlos Delano Rebouças

Diante de uma matéria que assistia na TV, a qual tratava da proeza de alguns montanhistas na escalada do monte Everest, com o objetivo principal de chegar ao seu ponto mais alto, inevitavelmente fui levado a me questionar sobre o que pode levar o homem a querer chegar a pontos tão extremos do planeta.

Muitos são os motivos, desde a vontade de superar limites, antes, estabelecidos por alguém, de forma competitiva, até, a vontade de descobrir o novo e cravar as bandeiras da descoberta e da conquista. Com a palavra Pedro Álvarez Cabral.

Um dia, um brasileiro de sobrenome Dumont resolveu voar como um pássaro; e de “louco”, tornou-se o inventor do avião. Com isso, estimulou a se buscar voos muito mais altos e bem mais distantes de terra firme. O homem chegou à lua.

O homem também trabalhou para a sua autoflagelação, acreditem, quando desenvolveu armamentos pesados, de alto poder de destruição, estimulados, inquestionavelmente, pelos até então estilingues, e arco e flechas, usados por tribos e antigas civilizações. O pior é que o homem busca aprimorá-los, cada vez mais, ininterruptamente, aumentando circunstancialmente o seu potencial de destruição.

Como é audacioso esse ser chamado homem, que com sua inteligência e ambição, sempre busca superar limites! Desbrava e descobre tudo que lhe interessa, mesmo que se tenham dúvidas sobre o que lhe interessa, de fato possa interessar também sociedade.

Quem dera descobrisse a cura de tantas doenças, como a AIDS e o câncer, não é?

E aqui estou eu, sentado a minha cadeira, escrevendo, temeroso, acreditem até em subir alguns degraus de uma escada, quiçá, escalar um monte tão alto como o Everest. Prefiro superar outros limites, não tão difíceis quanto à escalada do Everest, mas que fazem me sentir mais seguro, diante dos pés fixados ao chão.

O grande obstáculo para esses aventureiros não é a montanha, nem menos a sua altitude e dificuldades de escalada. Absolutamente significa a necessidade que o homem tem de querer superar seus próprios limites, aqueles que acredita existir, sempre, como o céu do voo dos pássaros, que um dia, foi de sua exclusividade.

O Everest, dentre tantos outros pontos altos do planeta, é somente o pano de fundo de um cenário que representa, simplesmente, a vontade de descobrir o novo; de superar limites; e de uma autoafirmação, na certeza de que para o homem nada é impossível. 

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