Por Carlos Delano
Rebouças
Durmo e acordo, sempre, todos os dias, e
não passo um dia sequer sem refletir e questionar sobre a importância da
educação e os rumos dados a ela em nosso país. Parece até uma psicose minha,
fincar tanta atenção; dedicar-me tanto do meu tempo ao que acredito ser o único
caminho para a edificação humana.
Pode parecer ser tratar parte integrante
de mim, educador, como é saúde para profissionais de medicina; a matemática e a
física para profissionais de ciências exatas; e o meio ambiente para
ambientalistas. Opa! Estou nessa também, viu? Resumindo: devemos e precisamos
tratar os ingredientes do nosso ofício sempre como parte integrante de nossas
vidas, sem nunca esmorecer e pensar em desistir.
Um dia, ouvi de uma pessoa, que se dizia
professor, e que deixou de ser, passando a exercer outro oficio, bem diferente,
aliás, totalmente diferente do que fazia, que a única coisa boa que percebia
quando professor foram os inúmeros relacionamentos que manteve com suas alunas.
Somente isso. Coitado, nem imagina que jamais foi um professor de verdade, por
parecer que jamais se propôs a agir com tal, ensinando e demonstrando uma
conduta de educador, de cidadão e seus valores.
Quem ama o seu ofício jamais pensa em
desistir, mesmo que venha a exercer outra profissão. Continua, nem que
despretensiosamente, a exercê-la, com a certeza que está agregando, ajudando
alguém ou a sociedade. Torna-se voluntário, involuntariamente, quem sabe,
dedicado a uma causa, e sem pensar em abandonar as escolhas feitas, afloradas,
dentro de si. Assim comporta-se o verdadeiro profissional.
Como professor, não consigo me ver no
exercício de outra profissão, sem que seja desempenhada com a arte de trocar
experiências e conhecimentos, em um processo mútuo de aprendizagem. Somos este
profissional que faz parte de uma categoria tão desvalorizada em nosso país, ao
contrário de outros países, como o Japão, onde trata o professor como o único
profissional a quem leva seu imperador a se curvar.
Apesar de todas as adversidades, estas,
vividas por professores e tantos outros profissionais, cada um com suas
particularidades, devemos sempre ser perseverantes, insistentes com o ofício
escolhido, sem pensar nunca em desistir. Acreditemos, sempre, que o bom profissional
é aquele que exerce seu ofício com amor e dedicação, e que se identifica a cada
dia, independente de reconhecimento.
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