quarta-feira, 13 de maio de 2015

A TELEVISÃO AINDA ME IMPRESSIONA


Por Carlos Delano Rebouças

Ouvi de um falecido senhor, amigo, quando criança, uma estória que ainda carrego na minha memória e me serve, muito, para realçar comentários, diversos, nas mais diferentes conversas que temos no dia a dia.

Um homem dentro de uma caixa, falando, preso, coitado! Quem o prendeu ali? Que malvadeza!

Que estória louca, não é? Mas foi este mesmo, o seu comentário cheio de interrogações, diante da chegada da televisão na pequena cidade onde nasceu. O senhor Luís, amigo nosso de bairro, contava-nos, sempre, sentados em sua volta no fim de tarde, a sua primeira experiência com uma televisão, como se fosse recente, porém, depois de muitos anos, vira e mexe, voltava a nos contar como se fosse inédito. Para ele, o advento da televisão ainda o impressionava muito.

Vivemos uma era tecnológica, cheia de novidades. A televisão do Sr. Luís, hoje, apresenta-se em celulares, computadores, e as caixas grandes, que já não aceitavam uma pessoa dentro, perderam espaço para pequenos aparelhos, finíssimos, que fariam o saudoso amigo, arrancar os poucos cabelos que ainda tinha.

Que pena que o amigo Luís, aquele senhor que viveu tanto, e que nos dizia que ia se tornar centenário, mas que superou somente nove décadas de vida, encontrou crianças para ouvir suas estórias reais e verdadeiras. Crianças, estas, que, à época, só conheciam TV, bem diferente das de hoje, que não mais se surpreendem com as novas tecnologias.

Velhas estórias; novas tecnologias; e costumes passados..., mas que ainda permanecem vivos, presentes na vida e na memória, como a televisão que ainda me impressiona tanto, mesmo convicto que dentro dela, o homem em carne e osso jamais esteve.



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