Por Carlos Delano Rebouças
Ouvi
de um falecido senhor, amigo, quando criança, uma estória que ainda carrego na
minha memória e me serve, muito, para realçar comentários, diversos, nas mais
diferentes conversas que temos no dia a dia.
Um
homem dentro de uma caixa, falando, preso, coitado! Quem o prendeu ali? Que
malvadeza!
Que
estória louca, não é? Mas foi este mesmo, o seu comentário cheio de
interrogações, diante da chegada da televisão na pequena cidade onde nasceu. O
senhor Luís, amigo nosso de bairro, contava-nos, sempre, sentados em sua volta
no fim de tarde, a sua primeira experiência com uma televisão, como se fosse
recente, porém, depois de muitos anos, vira e mexe, voltava a nos contar como
se fosse inédito. Para ele, o advento da televisão ainda o impressionava muito.
Vivemos
uma era tecnológica, cheia de novidades. A televisão do Sr. Luís, hoje,
apresenta-se em celulares, computadores, e as caixas grandes, que já não
aceitavam uma pessoa dentro, perderam espaço para pequenos aparelhos,
finíssimos, que fariam o saudoso amigo, arrancar os poucos cabelos que ainda
tinha.
Que
pena que o amigo Luís, aquele senhor que viveu tanto, e que nos dizia que ia se
tornar centenário, mas que superou somente nove décadas de vida, encontrou
crianças para ouvir suas estórias reais e verdadeiras. Crianças, estas, que, à
época, só conheciam TV, bem diferente das de hoje, que não mais se surpreendem
com as novas tecnologias.
Velhas
estórias; novas tecnologias; e costumes passados..., mas que ainda permanecem
vivos, presentes na vida e na memória, como a televisão que ainda me
impressiona tanto, mesmo convicto que dentro dela, o homem em carne e osso
jamais esteve.
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