domingo, 2 de agosto de 2015

SOMOS MANIPULADOS DESDE A ORIGEM


Por Carlos Delano Rebouças

Uma vez no meu ensino médio, numa aula de biologia, nosso professor que nem mais lembro seu nome, pois já se vão mais de duas décadas, disse que em séculos passados quando se desejava ter um filho de um determinado sexo, preferivelmente masculino, como forma dar continuidade à família, na visão machista da época, apertava-se um dos testículos com bastante força, a fim de evitar que dele, saísse o espermatozoide gerador do feto.

Esta defesa de tese, e que não venham me perguntar quem representa os sexos nos lados dos testículos, pois nem lembro mais, caso tenha algum fundo de verdade, sem lá, na visão deste humilde cidadão brasileiro e educador de ofício, permite entender como uma dos primeiros indícios de vários existentes, que ajudam na reflexão de que somos, aliás, sempre fomos manipulados na vida.

Esquecendo um pouco do aperto no testículo, ou seja, passando já dessa fase da vida, damos os nossos primeiros passos na formação escolar e na nossa socialização. Passamos a fazer escolhas que nem sempre são espontâneas, como a cor predileta; a carteira escolar a sentar-se na sala; a cadeira a se sentar à mesa de refeições; a roupa a vestir; o corte de cabelo; o time a torcer; o esporte a praticar; a religião a se seguir; dentre tantas outras coisas. Somos ou não somos induzidos severamente a seguir tudo que nos é imposto?

Compreensível. Assim podemos enxergar essa indução. Os país e educadores acreditam que aquilo que defendem ser verdade, bom e vantajoso é o que devem ensinar e orientar para quem não conhece da vida. Contudo, nem sempre significa uma verdade, e o bom e vantajoso, com o tempo, com o amadurecimento, ficará a cargo de todos nós dá sua definição.

Quando chegamos à fase adulta – aquela de maior compreensão ou que se espera ter – passamos a expor com mais volúpia nossa opiniões, nossa visão de mundo, mostrando nossa personalidade. Esta, edificada sob o afã do conhecimento, da sabedoria e da vivência. Tendo essa compreensão, sobretudo, sobre as diversidades, castramos todas as possibilidades de manobras, de manipulações, sepultando de vez a marionete de um passado não tão distante.

Isso se chama libertação, não somente de pensamento, mas de escolhas, que na defesa da tese do meu professor de biologia, do ensino médio, não tivemos. Nascemos ou não de um aperto, este, que afugentamos de nossas vidas nos dias atuais.

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